12.7.10

Vênus em Escorpião



Sim. sim. sim... Eu quero agora! Agora! Para! Para. Vem. Rendo-me, rendo-me a ti. 
Nesse jogo tu sempre vences! Sou uma perdedora. Uma perdedora que se perde em ti. Perder-se. Eu quero é isso mesmo: me perder em teus braços e teus abraços. Desisto. Me perdi dentro de mim mesma e não me reconheço mais. Eu que era tão forte, tão racional... Ao teu lado a racionalidade se esvai por entre os dedos como areia fina... Sinto-me menina, e rio de mim mesma. Não deixa de ser engraçado uma mulher tão controlada, tão cheia de si, tão... tão... menina. Mulher. Mulher que te deseja. Vem para meus braços. Estou aqui entregue. 
Entregue ao desejo de deixar a razão de lado e apenas deixar a paixão que me queima tomar conta de mim. 
Confesso, confesso que realmente fujo e estou aqui a escrever para aliviar a tensão, o T, para que você não grite vitória diante de meus ouvidos. Que poder é esse que dou a ti?
- Sabe... a sensação de estar fora do controle não me faz nada bem. - Disse, enquanto tragava um cigarro.
Fechou a mão. Sua vontade era de matar. Matar aquele que a deixava fora do seu amado controle. Ela olhava para o nada, sentada na cama e continuava a fumar compulsiva, mas lentamente.
- Não sei o que sou capaz de fazer. - Fez uma pausa e olhou firmemente nos olhos debochados dele, que estava deitado com um sorriso satisfeito:
- Você sabe que brinca com fogo, não é?!
Ele soltou uma risada nervosa.

Imagem: O beijo de Gustav Klimt

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