7.4.11

 "Diego chegou cedo e esperou no portão/Na mão uma mochila, em outra seu irmão/Passaram pela grama pra me abraçar/Aquele abraço ficou para sempre ali/Diego quer voltar com seu irmão/Diego quer falar da solidão/Diego quer voltar..."

Um dia pensaste que minha escrita era endereçada a ti. Em tua homenagem, hoje te escrevo, presente de aniversário. Saudades? Sim, muitas vezes. Muitas vezes. Saudade de alguém inteligente, alguém que puxe minhas orelhas e faça ironias a respeito do meu cruel destino e dos dramas da minha vida. Diego me traz leveza. É um ser implicante, chato, um pé no saco. E adoro isso. Quando reclamo da vida, ele sempre mostra o absurdo de minhas lamúrias. Me tira de mim mesma, do lugar de vítima, às vezes fico brava. Queria só um colo. Mas acho que é a implicância, a medida do amor. Se vivêssemos em outros tempos, nos corresponderíamos por cartas, a escrita é nossa forma de comunicação. E talvez por isso dê tão certo. A distância nos une.

Às vezes gosto de pensar que, se por aqui morasses, as ruas dessa cidade iam cansar de tanto nos ver. Os bares iriam nos reconhecer e as madrugadas seriam nossas eternas companheiras. E todas as estrelas e nuvens de um céu nublado testemunhas de nossas histórias.
Essa amizade que começou de forma totalmente despretensiosa já tem 5 anos, sustentada por conversas cibernéticas (quem diria?), com histórias absurdamente pessoais regadas a humor e ironia. Diego é espelho da parte mais racional e pragmática que há em mim; mais chata, cheia de planejamentos e com o pé muito no chão. Brigo com ele por ser assim. Mas sou igual, sem tirar nem por. Dois teimosos taurinos que tentam entender as relações humanas, mas que nasceram mesmo para o trabalho. Diego, mais do que eu, formado em economia, segue crescendo com altos planos futuros. Eu, por minha vez, também tenho altos planos futuros, mas sigo numa linha de fuga. Por enquanto, decidi não seguir carreira acadêmica, enquanto o Di, já é professor universitário. Nessas horas é que a gente percebe: o mundo está perdido mesmo! (Desculpe, benhê, não pude perder a piada obviamente). 
A sinceridade e espontaneidade nos une. Ah! E o bom gosto, é claro. Tudo isso acompanhado de um bom café e bom papo. Assunto, quase sempre repleto de besteiras, não falta. E Às vezes sinto falta disso. 
Gosto de imaginar nosso futuro: um casal de amigos velhinhos muito pervertidos, a falar bobagens e devaneios. No meio da cena, bato com a minha begala em sua cabeça às gargalhadas.


Trecho da música A.R. 14, Cidadão Quem

3 comentários:

Diego Rodrigues disse...

Obrigado, Amandoca! Penso a mesma coisa!

Só uma coisa: eu sou ariano, não taurino.

Bjoo!

Amanda Martins disse...

Tu insistes nisso... cabeça dura! É um taurino mesmo! hehehe

Michele Doebber disse...

Que lindo!!!!
A amizade é o que há de mais precioso nesse mundo!
Abração nos dois :)