5.3.06


Eu ando pelo mundo /E meu amigos cadê? /Minha alegria, meu cansaço.../ Meu amor cadê você? /Eu acordei/ Não tem ninguém ao lado.

Por onde começar depois de tanto tempo longe? Não estou inspirada para escrever. Meu estomago está vazio, não há nada para vomitar em forma de palavras. Só em forma de choro, de caminhadas, de viagens, preciso viajar. Há fatos, neles tento me apegar. É isso que eu sei. Fatos. Sentimentos. Olhares. Sensações.
Loucura? Loucura?! Por quê? Por que tinha de encontrar isso agora? Não! Logo agora que eu estava tão cheia de mim. Tão cheia de meu próprio amor. Estou vazia, o ar se foi longe. Entreguei ao primeiro missionário que passava pela estrada os verdes daquela terra, de repente não há chuvas. A umidade que faz brotar a vida, seca a cada dia e tudo se torna deserto. Pássaros pretos rompem o enorme silêncio que há naquela terra de noite fechada sem estrelas. Famintos, já não encontram a vida-morta no deserto e deparam-se com a própria morte. Morre pássaros morre terra morre ar que. Tudo continua insessante e parece óbvio para quem tem a alma pequena. O impresível, a volta ainda é o que me faz seguir nessa vida de retirante.

Salvador Dalí, Cisnes refletindo elefantes.
Adrianda Calcanhoto, Esquadros.

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