23.5.11
Insistir
Desistir...
Não desisto. Embora todas as células de meu corpo e meu olhar esteja cansado de ver o mesmo.
O pobre e o podre de mim.
Cansar...
Não canso. Não canso de seguir em frente, embora minhas pernas tremam de tanto andar em busca.
De um oasis, de lugares remotos onde os dias são frios, mas doces.
Desanimar...
Não desanimo. Apesar da vida ser tão mesquinha, quanto eu. Apesar das novelas começarem e terminarem sempre do mesmo jeito.
Desacreditar...
Acredito. Sim, sou um ser crédulo, por isso não desisto, não canso, não desacredito. Para minha sorte, nasci com a pulga da curiosidade que nunca se levanta no meio de um filme monótomo, porque afinal de contas, como aquilo vai acabar? Sempre quero saber. E da minha vida nada sei sobre o fim. Só sei que não quero levantar antes do show acabar.
2.5.11
O outro e eu
Outra questão que me chamou a atenção hoje pela manhã foi a notícia de que Bin Laden está morto, a qual vem junto com festejos da dita civilização. Falam em vitória da democracia. Que democracia é essa que não respeita a existência da diferença? Essas pessoas que vibram a morte de um homem são as mesmas que gostam de ser politicamente corretas e falar em inclusão escolar, em respeito à diversidade e que indignam-se com o atirador da escola do Rio de Janeiro. Quando na história da humanidade a morte de um terrorista, de um líder de uma seita ou seja lá o que for representou a vitória da paz? As pessoas vivem o mito da luta do bem contra o mal diariamente e gostam de acreditar que mantando Bin Laden farão reinar a paz, estão seguras novamente, mas se esquecem de que geralmente no fim dos contos de fadas, o vilão sempre diz: "eu voltarei". E sim, voltará. Enquanto não conseguirmos acolher nossa própria sombra, nosso próprio mal e projetarmos no outro, ele voltará para mostrar que existe em nós e persistirá até que entendamos que, sim, ele faz parte de nós e merece ser convidado para participar da festa. Enquanto tratarmos as vozes dissonantes que abalam nosso status quo como "eixo do mal" ou coisa do tipo, ficará difícil estabelecer a paz.
Então, mais do que nunca, esse é momento de nos perguntarmos como estamos nos relacionando com o outro. Com o outro ser humano, com o outro ser animal, vegetal, mineral, com o planeta. Ecologia é a relação com o todo. De que forma estamos nos relacionando com o mundo? Tenho repensado isso na minha vida. Não adianta nada ser vegetariana, lutar pela natureza, por uma relação mais respeitosa e amorosa com o planeta, se, quando falo com as pessoas, não tenho a menor consideração. Não quero mais relações capengas, onde um é mais que o outro, onde se estabelecem jogos de poder, isso não se trata só da relação a dois, mas também da relação entre amigos, de trabalho, do mundo, de países que se acreditam melhores do que outros por serem "democratas", por encherem a boca para dizer: "temos liberdade de expressão". É? Onde? Onde estão as vozes das minorias? Quem as escuta?
No fim, somos todos iguais em nossas diferenças, do pó viemos e para o pó voltaremos. Assim, vamos tratar de tornar nosso momento aqui na Terra mais agradável, mais ético, justo e com relações de gentileza, consideração e respeito. Respeito é uma palavra perfeita para Saturno em Libra, como fala Vanessa Tuleski. Trabalhar o respeito em nossas vidas é a necessidade do momento, olhando para si e para o outro com a mesma medida, com a mesma balança. Sem imposições. Que a urgência da diferença se faça.
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